terça-feira, 30 de outubro de 2012

Perído do Dinástico



Após a unificação dos nomos em um único Estado, iniciou-se o período dinástico da história do Egito, que se divide em três eras principais o Antigo Império, o Médio Império e o Novo Império – separados por períodos intermediários em que a autoridade faraônica decaiu, trazendo anarquia e descentralização.

O Antigo Império, entre 2700 e 2200 a.C., foi a época em que o poder absoluto dos faraós atingiu o auge, principalmente durante a IV Dinastia, dos faraós Quéops, Quéfren e Miquerinos, que mandaram construir as enormes pirâmides (sepulcros) da planície de Gizé, perto da capital, Mênfis.

O Médio Império, com capital em Thebas, aproximadamente de 2000 a 1700 a.C., foi uma época expansão territorial, de progressos técnicos nos canais de irrigação e de exploração de minérios na região do Sinai. A mando do faraó Amenemá I, da XII Dinastia, foi construída uma grande represa para armazenamento das águas, que ficou conhecida como lago de Méris ou Faium. No período intermediário que se seguiu houve um aumento do poder dos nomarcas (rebelião de camponeses e escravos e ocupação do Delta pelos hicsos, povo de origem asiática, iniciando um período que durou cerca de um século e meio).

O Novo Império começa com a expulsão dos hicsos por volta de 1580 a.C., e marcou o ponto culminante do país como potência politica. Os faraós Tutmés II e Ramsés II, deram início à uma política esterna expansionista com a conquista da Núbia, da Síria, da Fenícia e da Palestina, formando um Império que chegava até o Eufrates.

Seguiu-se um período denominado Baixo Império, de sucessivas invasões por povos estrangeiros: assírios (671 a.C.), persas (525 a.C.), macedônios (332 a.C.) e romanos (30 a.C.) que liquidaram o Império Egípcio.

Referência:
_____. O Egito antigo. São Paulo: Brasiliense, 1983.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Antes dos faraós: Período Pré Dinástico ou Arcaico



         O período Arcaico ou Pré Dinástico, que compreende entre os anos de 4000 a.C. que data a invenção da escrita, até por volta do ano 3200 a.C. quando o rei Menés unificou o alto e baixo Egito, formando um só reino com a capital em Mênfis, e se proclamou Faraó.
     O Egito pré dinástico foi dividido em pequenas unidades independentes, chamadas Nomos, o líder de cada Nomo era chamado de Nomarca e tinha a função de rei, juiz e chefe militar. Pela necessidade de defesa os nomos se uniram e acabaram formando dois reinos, o baixo Egito, que ficava ao norte, próximo ao Delta do Nilo e o alto Egito que fica mais ao sul.
        O alto Egito possuía 22 nomos, era conhecido como Ta Shemau que significa “terra dos juncos” e era representado por uma coroa Branca. O baixo Egito possuía 20 Nomos, era conhecido como Ta Mehu que significa “terra do Papiro”, era representado pela coroa vermelha e seus símbolos eram o papiro e a abelha. Veja abaixo a ilustração das coroas:


        Após a unificação, foi feita uma combinação das coroas anteriores, para representar o domínio sobre as duas terras:
Referencias:

Chauveau, Michel (2000) Egypt in the Age of Cleopatra: History and Society Under the Ptolemies Cornell University Press, Ithaca, New York.

Edel, Elmar (1961) Zu den Inschriften auf den Jahreszeitenreliefs der "Weltkammer" aus dem Sonnenheiligtum des Niuserre Vandenhoeck & Ruprecht, Göttingen.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Antes dos Faraós: A Pré-História egípcia



Quando estudamos a história egípcia, geralmente, ouvimos falar de “período arcaico” que começou por volta do ano 4000 a.C., mas e antes disso, o que aconteceu? Como teve inicio esse grande império? Como tudo começou?
Há uma parte dá história egípcia, que vem muito antes da existência dos faraós e até mesmo antes de qualquer grande cidade Egípcia. Essa parte da história chama-se “Pré-História”.
            Como já sabemos, a História foi dividida em várias partes, a Pré-História é o período que abrange todos os fatos ocorridos do surgimento do homem até o surgimento da escrita. A data que o homem a desenvolveu ainda é contraditória, a maioria dos livros diz que foi por volta do ano 4000 a.C., alguns que foi por volta de 3500 a.C. e poucos livros falam que foi por volta de 3200 a.C. Então, tudo que ocorreu do surgimento do homem (cerca de 3 milhões de anos) até a invenção da escrita é pré-história, depois da invenção da escrita é história.
            Quando estudamos a história egípcia, pouco ouvimos falar de sua pré-história e de como tudo começou. Durante muito tempo os egípcios acreditaram que o período anterior a Menés ( rei que unificou o alto e o baixo Egito e se proclamou o primeiro faraó), quem reinava eram os deuses. Posteriormente, os servidores de Hórus preparam a vinda dos homens ao trono.
Porém, há cerca de cinqüenta milhões de anos, a região que hoje chamamos de Egito encontrava-se sob o mar. As águas foram regredindo, e com o passar dos anos, surge o vale do Nilo e o Delta ainda não possuía a forma atual. Naquela época o Egito não era nada mais que um enorme oásis.
Os mais antigos vestígios da presença humana talvez se encontrem na região tebana. Os primeiros egípcios provavelmente sofreram com a desertificação, o que fez com que eles se abrigassem nas regiões com alguma fonte de água, como alguns Oasis e o próprio Nilo. Como o Egito está localizado no trópico de Câncer, que é uma região formadora de ventos, toda sua umidade é levada em direção as áreas equatoriais. Tornando-se assim um grande deserto.



O Período Paleolítico
            Há cerca de 350 mil anos os desertos que hoje cercam o Nilo ainda não tinham desenvolvido. A terra era muito mais úmida, haviam grandes áreas irrigadas por numerosas nascentes e Oasis, o Nilo era maior e suas águas corriam mais rapidamente.
            A passagem do baixo para o médio paleolítico (200.000 a 30.000 a.C.) é marcada por um avanço tecnológico que ocorreu devido à mudança climática, que tornou o clima mais árido, e fez com que as pessoas procurassem melhores condições de vida, acampando ao lado de lagos recém formados, trazendo consigo algumas ferramentas mais leves.
Período Neolítico
Por volta do ano 9300 a.C. (fim do período paleolítico) alguns grupos de pastores vagavam pelo deserto ocidental, e por volta do ano 5100 a.C. (idade dos metais) essas comunidades já haviam adotado um modo de vida mais tranqüilo. Enquanto os campeiros agrupavam o gado domesticado e acampavam em cabanas temporárias, suas famílias moravam em aldeias permanentes nas margens dos rios.
            Agora, com uma morada permanente, os egípcios começaram a desenvolver a agricultura, porém, os antigos modos de vida ainda continuariam junto com os novos. Alguns continuaram a caçar, pescar, colher plantas silvestres e elaborar ferramentas de pedra.
O assentamento permanente possibilita ao agricultor preparar os campos, lidar com as pragas e as ervas daninhas, e, pensando no futuro, armazenar excedentes para os tempos de necessidade.
Com o desenvolvimento da agricultura, surge a necessidade de armazenar o alimento. Então surge o comércio, a necessidade de armazenar comida ou outras coisas, que podem ser trocadas por comida, torna-se cada vez mais importante, pois famílias numerosas, com recursos limitados, podem desencadear conflitos.
Com o passar do tempo, alguns agricultores mais prósperos viviam ao alado de alguns pouco prósperos, o que possibilitou a formação de uma elite social.
De tempos em tempos, os povoados mudavam para locais próximos. Essas mudanças poderiam ser feitas pelas mutações das cheias do Nilo, ou para controlar algumas pragas, como pulgas, ratos, moscas e cobras, que poderiam ter se acumulado nas comunidades.
            Os povos da Região de El-Badari, na região oriental do Nilo, já cultuavam seus mortos longe da terra cultivada, exceto as crianças que eram consideradas membros efetivos da comunidade. Os rituais funerários badarienses já eram importantes naquela época, criando uma tradição que ira durar séculos.

Referencias:
Baines, John e Málek, Jaromír. O mundo egípcio, Madri, Edições del Prado, 1996;
Jacq, Christian. O Egito dos grandes faraós, Rio de Janeiro, Bertrand Brasil, 2007;
J.H. Breasted, A History of Egypt, 2ª ed. New York, 1909;
Tyldesley, Joyce. Pirâmides a verdadeira história por trás dos mais antigos monumentos do Egito, São Paulo, Globo, 2005;
Revista Edição Ilustrada Egito Antigo, Escala, 2007.

quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Mito da criação do Egito


           No inicio havia apenas o oceano. Depois, Rá, o sol, surgiu de um ovo que apareceu na superfície da água. Rá por sua vez, fez surgir quatro crianças, os deuses Shu e Geb e as deusas Tefnut e Nut. Shu e Tefnut transformaram-se no ar e foram reinar acima de Geb, que se tornou a terra. Por cima de todos eles, estava Nut, que ficou sendo o céu.
            Rá reinava sobre todas as coisas. A terra, Geb, o céu, Nut; mais tarde tiveram dois filhos, Seth e Osíris, e duas filhas, Ísis e Nephthys.
            Osíris sucedeu Rá como rei da terra, ajudado por Ísis, sua irmã-esposa. Seth, entretanto odiava seu irmão Osíris e o matou. Ísis então embalsamou o corpo de seu marido com a ajuda do deus Anúbis, que depois, tornou-se deus na arte de embalsamar.
            A força de vontade de Íris ressuscitou Osíris, que passou a ser rei do mundo subterrâneo. Hórus, que era filho de Osíris e Íris, mais tarde derrotou Seth em uma grande batalha e tornou-se o rei da terra.
            Primeiro havia apenas o caos primordial, e Num, o oceano. Aí estava contido o princípio de tudo que viria a ser. Dessas águas veio Rá, que, por sua vez fez nascer Shu e Tefnut. Shu o deus do ar e Tefnut a deusa da atmosfera, deram a luz a Geb e Nut, o deus da terra e a deusa do céu. E depois o universo continuou a ser criado e, por fim, os homens surgiram das lágrimas de Rá.
            Mas os homens foram tão mal-agradecidos que Rá e um conselho de deuses decidiram que eles deveriam ser destruídos. Hathor foi enviada para realizar a tarefa. Ela foi muito eficiente e massacrou todos. Mas Rá apiedou-se dos homens e a chamou de volta. Porém já era tarde demais, havia sobrado apenas um dos homens.
            Depois, então o mundo atual foi criado. Contra a vontade de Rá, Geb e Nut casaram-se. Rá ficou com raiva e ordenou a Shu que fosse separá-los, o que ele fez prontamente.
            Mas Nut já estava grávida e não podia dar a luz, pois Ré tinha ordenado que o filho dela não nascesse em mês nenhum de ano nenhum.
            Thot, o deus do conhecimento, decidiu ajudar Nut e desafiou a lua a produzir mais claridade, o que acabou por acrescentar cinco dias aos trezentos e sessenta dias do calendário.
            Nesses cinco dias, Nut deu a luz a Hórus, o mais velho, Osíris, Seth, Ísis e Nephthys sucessivamente. Osíris tornou representante da bondade, enquanto Seth tornou-se o símbolo do mal. E assim os dois lados da moralidade foram fixados de uma vez por todas.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Introdução ao Antigo Egito


No nordeste da África, encontra-se o Egito a pátria da mais antiga civilização do mundo. Há três, quatro, até mesmo 5 mil anos atrás, quando na Europa central os bárbaros vestidos com indelicadas peles e se encontravam em cavernas, o Egito já possuía alta organização social, agricultura,  artes e literatura. Mas principalmente ele executava gigantes trabalhos engenhosos e construíram monumentos colossais, cujos restos despertam admiração dos especialistas contemporâneos.
A história do Antigo Egito estava perdida. Podíamos visitar as pirâmides, os grandes templos; mas sua história era desconhecida. Em 1822 o francês Champollion (estudioso da história egípcia) teve conhecimento da “Pedra de Roseta” com três escritas: Hieróglifos, Demótico e Grego Antigo. Com isso Champollion conseguiu decifrar as escritas egípcias e a fascinante história deste povo pôde ser conhecida.
No aspecto religioso, acreditavam em vários deuses, que tinham forma humana e animal a o mesmo tempo, por isso dizemos que eles eram antropozoomórficos. Os principais deuses egípcios eram: Osíris, o deus da agricultura e do Nilo, Ptah deusa dos artesãos, Bast deusa do lar, Seth, o deus da destruição e Rá o deus do reino, que estavam na maioria ligados à natureza e ao Nilo. E acreditavam que após a morte a alma saia do corpo, mas que um dia iria voltar e por isso criaram o processo de mumificação e guardaram grandes tesouros nas tumbas. Para ajudar a alma a encontrar o seu corpo eles faziam o sarcófago (caixão egípcio) com a aparência do morto e escreviam histórias sobre ele nas paredes. Os egípcios mumificavam também animais, principalmente os gatos, que eram oferecidos a deusa gata Basth.
A economia era controlada pelo estado. O faraó centralizava a produção econômica entorno de si. O historiador Heródoto escreveu que “o Egito é uma dádiva do Nilo”. Sem o Rio Nilo o Egito não existiria. Graças ao Nilo, os egípcios puderam desenvolver sua agricultura entre os desertos da Líbia e da Arábia. As principais colheitas eram de trigo e cevada. Durante o mês de julho, as águas começavam a subir, enquanto isso o povo tinha pouco a fazer, por isso trabalhavam para o faraó, ajudando nas construções, em novembro as águas já haviam baixado então começava todo o trabalho pesado, as terras eram aradas, plantavam as sementes e pouco a pouco a água preenchia os canais de irrigação, a medida que o trigo e as outras plantações iam crescendo, cresciam também as ervas daninhas e vinham os cobradores de impostos que usavam cordas de medição para determinar o imposto de cada camponês. Em março era feita a colheita, os burros transportavam os cereais para o celeiro, o gado passava sobre o trigo para liberar o grão da casca e as mulheres atiravam o grão ao ar para separar a casca. 
Autora: Bruna Martins