Quando estudamos a história egípcia,
geralmente, ouvimos falar de “período arcaico” que começou por volta do ano
4000 a.C., mas e antes disso, o que aconteceu? Como teve inicio esse grande
império? Como tudo começou?
Há uma parte dá história egípcia, que vem muito
antes da existência dos faraós e até mesmo antes de qualquer grande cidade
Egípcia. Essa parte da história chama-se “Pré-História”.
Como já sabemos, a História
foi dividida em várias partes, a Pré-História é o período que abrange todos os
fatos ocorridos do surgimento do homem até o surgimento da escrita. A data que
o homem a desenvolveu ainda é contraditória, a maioria dos livros diz que foi
por volta do ano 4000 a.C., alguns que foi por volta de 3500 a.C. e poucos
livros falam que foi por volta de 3200 a.C. Então, tudo que ocorreu do
surgimento do homem (cerca de 3 milhões de anos) até a invenção da escrita é
pré-história, depois da invenção da escrita é história.
Quando estudamos a
história egípcia, pouco ouvimos falar de sua pré-história e de como tudo
começou. Durante muito tempo os egípcios acreditaram que o período anterior a
Menés ( rei que unificou o alto e o baixo Egito e se proclamou o primeiro
faraó), quem reinava eram os deuses. Posteriormente, os servidores de Hórus
preparam a vinda dos homens ao trono.
Porém, há
cerca de cinqüenta milhões de anos, a região que hoje chamamos de Egito
encontrava-se sob o mar. As águas foram regredindo, e com o passar dos anos,
surge o vale do Nilo e o Delta ainda não possuía a forma atual. Naquela época o
Egito não era nada mais que um enorme oásis.
Os mais antigos vestígios da presença humana talvez
se encontrem na região tebana. Os primeiros egípcios provavelmente sofreram com
a desertificação, o que fez com que eles se abrigassem nas regiões com alguma
fonte de água, como alguns Oasis e o próprio Nilo. Como o Egito está localizado
no trópico de Câncer, que é uma região formadora de ventos, toda sua umidade é levada
em direção as áreas equatoriais. Tornando-se assim um grande deserto.
Há cerca de 350 mil anos os desertos que hoje cercam o Nilo ainda não
tinham desenvolvido. A terra era muito mais úmida, haviam grandes áreas
irrigadas por numerosas nascentes e Oasis, o Nilo era maior e suas águas
corriam mais rapidamente.
A passagem do baixo
para o médio paleolítico (200.000 a 30.000 a.C.) é marcada por um avanço
tecnológico que ocorreu devido à mudança climática, que tornou o clima mais
árido, e fez com que as pessoas procurassem melhores condições de vida,
acampando ao lado de lagos recém formados, trazendo consigo algumas ferramentas
mais leves.
Por volta do ano 9300 a.C. (fim do período
paleolítico) alguns grupos de pastores vagavam pelo deserto ocidental, e por
volta do ano 5100 a.C. (idade dos metais) essas comunidades já haviam adotado
um modo de vida mais tranqüilo. Enquanto os campeiros agrupavam o gado
domesticado e acampavam em cabanas temporárias, suas famílias moravam em
aldeias permanentes nas margens dos rios.
Agora, com uma morada
permanente, os egípcios começaram a desenvolver a agricultura, porém, os
antigos modos de vida ainda continuariam junto com os novos. Alguns continuaram
a caçar, pescar, colher plantas silvestres e elaborar ferramentas de pedra.
O assentamento permanente possibilita ao agricultor
preparar os campos, lidar com as pragas e as ervas daninhas, e, pensando no
futuro, armazenar excedentes para os tempos de necessidade.
Com o desenvolvimento da agricultura, surge a necessidade
de armazenar o alimento. Então surge o comércio, a necessidade de armazenar
comida ou outras coisas, que podem ser trocadas por comida, torna-se cada vez
mais importante, pois famílias numerosas, com recursos limitados, podem
desencadear conflitos.
Com o passar do tempo, alguns agricultores mais
prósperos viviam ao alado de alguns pouco prósperos, o que possibilitou a
formação de uma elite social.
De tempos em tempos, os povoados mudavam para
locais próximos. Essas mudanças poderiam ser feitas pelas mutações das cheias
do Nilo, ou para controlar algumas pragas, como pulgas, ratos, moscas e cobras,
que poderiam ter se acumulado nas comunidades.
Os povos da Região de
El-Badari, na região oriental do Nilo, já cultuavam seus mortos longe da terra
cultivada, exceto as crianças que eram consideradas membros efetivos da
comunidade. Os rituais funerários badarienses já eram importantes naquela
época, criando uma tradição que ira durar séculos.
Referencias:
Baines, John e
Málek, Jaromír. O mundo egípcio, Madri, Edições del Prado, 1996;
Jacq, Christian. O
Egito dos grandes faraós, Rio de Janeiro, Bertrand
Brasil, 2007;
J.H. Breasted, A History of Egypt, 2ª ed. New
York, 1909;
Tyldesley, Joyce.
Pirâmides a verdadeira história por trás dos mais antigos monumentos do Egito, São Paulo, Globo, 2005;
Revista Edição Ilustrada Egito
Antigo, Escala, 2007.